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A frase “Mente sã em corpo são” extraída das Sátiras de Juvenal representa uma das frases mais conhecidas e utilizadas de todos os tempos, cujo significado na era moderna remete à importância da atividade física para a saúde mental e o bem-estar. A literatura robusta demonstrou o papel positivo do exercício no combate a várias doenças, como diabetes, doenças cardio-vasculares, doenças neuro-degenerativas, cânceres e distúrbios relacionados à idade, incluindo atrofia muscular, redução da capacidade aeróbica, perda óssea e de cartilagem. Além disso, o exercício físico garante a saúde do cérebro e atua como um elemento-chave na prevenção do declínio cognitivo relacionado ao envelhecimento. O exercício representa uma estratégia promissora para garantir o envelhecimento ideal, cujos benefícios em adultos saudáveis foram observados na atenção, velocidade de processamento, memória e funções executivas. Estudos realizados em modelos humanos e animais mostraram a capacidade da atividade física de aumentar o volume de diferentes regiões cerebrais e aumentar a plasticidade cerebral e a neurojênese por meio da estimulação da proliferação de células progenitoras neurais e da sustentação dos neurônios em desenvolvimento. Curiosamente, a administração sistêmica de plasma sanguíneo derivado de camundongos exercitados em animais idosos aumentou o número de neurônios recém-nascidos na região do giro denteado, melhorando a neurojênese e a cognição prejudicadas no hipocampo envelhecido. A estreita associação entre exercício físico e neurojênese foi recentemente confirmada em peixe-zebra adulto. Aqui, em um modelo de lesão medular, o exercício mostrou ativar os receptores nicotínicos e inibir os receptores GABAA, aumentando o número de neurônios recém-nascidos e promovendo a restauração da função motora. Essa evidência também corrobora resultados anteriores que mostram o papel positivo do exercício para melhorar as funções motoras e sensoriais em pacientes afetados por lesões na medula espinhal, bem como a regeneração axonal e o brotamento em modelos de roedores. A relação positiva entre exercício e neurojênese também se deve à capacidade da atividade física de aumentar os níveis de expressão e secreção de fatores neurotróficos e de crescimento, incluindo fator neurotrófico derivado do cérebro, fator de crescimento semelhante à insulina 1, fator de crescimento nervoso e vascular fator de crescimento endotelial. O fator neurotrófico derivado do cérebro desempenha um papel fundamental na cognição, neuroplasticidade e angiojênese. Promove a conectividade neural e está envolvido no desenvolvimento da aprendizagem e da memória. O fator de crescimento semelhante à insulina-1 é um fator neuroprotetor, que suporta o desenvolvimento do cérebro, a sobrevivência neural e a vasculatura. Considera-se que o fator de crescimento nervoso desempenha um papel essencial na mediação do desenvolvimento e sobrevivência neuronal, e seu tratamento inverte os efeitos das lesões e da degeneração relacionada à idade. O exercício também estimula a liberação do fator de crescimento endotelial vascular, que por meio da angiojênese também aumenta diretamente a neurogênese e a função sináptica.