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1. A primeira fase (séculos XV e XIX) ocorreu a partir das grandes navegações marítimas europeias, que tinham como objetivo explorar outros continentes em busca de especiarias, matéria-prima e metais preciosos. Nesse período, acontece então uma migração de produtos e de pessoas, além de uma ampliação do conhecimento sobre navegações para localidades mais distantes. Ela se encerra com a Revolução Industrial. É considerado o momento inicial do processo de globalização, com a circulação de informações e de mercadorias, que começou a ocorrer de forma mais significativa. 2. A segunda fase da globalização (meados do século XIX e meados do século XX) se inicia com a Revolução Industrial, com a consolidação dos transportes como ferrovias. Nessa época, há a globalização política e econômica a partir de processos industriais que criam o que se chama de Capitalismo Industrial e, como consequência, o Capitalismo. Ela se encerrou com o fim da 2ª Guerra Mundial, que acabou levando à consolidação do processo de industrialização e da expansão do capitalismo industrial. 3. A terceira fase da globalização fica datada entre o fim da 2ª Guerra Mundial e o fim do século XX, com a Guerra Fria entre EUA e União Soviética, em que ambos lutam indiretamente por poder e dominação de territórios – de um lado o mundo capitalista liderado pelos Estados Unidos, e do outro lado o mundo socialista. No fim do século XX, aconteceram diversos eventos que colaboraram para a globalização, como a queda do Muro de Berlim, o fim da União Soviética e do regime socialista. Essa fase é marcada pelos avanços tecnológicos de comunicação e transportes, como o transporte aéreo e o telefone móvel, principalmente em razão da corrida armamentista e também da corrida espacial, que permitiu uma soma inestimável de conhecimentos científicos. A terceira fase também acontece no período conhecido como Terceira Revolução Industrial, ou Revolução Técnico-científica Informacional, que passou a utilizar tecnologia nos processos de produção, tornando-a mais rápida e com maior capacidade de expansão. 4. A quarta fase da globalização se inicia com o fim da Guerra Fria e é marcada pela consolidação mundial do capitalismo. Nesse período, houve um aumento considerável na circulação de mercadorias, fomentada pela diminuição das distâncias, fim de hostilidades, e avanços nos transportes e tecnologia. Neste ponto, o capitalismo cria raízes e domina em grande parte do mundo. Os EUA fortalecem sua moeda perante os mercados. Nesse período, ocorre um aumento significativo do consumo de bens e produtos nacionais e internacionais. Também nesse período que falamos dos conceitos de “encurtamento de distâncias” e “aceleração do tempo”: refere-se ao que falamos sobre os sistemas de transporte que conseguem alcançar grandes distâncias em curto espaço de tempo; já a aceleração do tempo refere-se à velocidade com que novas tecnologias surgem e são rapidamente melhoradas ou substituídas. Milton Santos faz duras críticas à globalização em termos sociais ligados ao que ele chama de globalização perversa, na qual a desigualdade social é agravada pelo desemprego, mão de obra mais barata e um abismo no acesso aos produtos internacionais em sociedades mais carentes. A globalização apresenta vantagens e desvantagens. Ao olharmos para as vantagens nos deparamos com o rompimento de barreiras de tempo e espaço que possibilitam que empresas e governos tenham maior lucratividade em suas ações, redução de custos de produção, velocidade informacional para a tomada de decisões e capacidade de prever tendências sociais, oscilações financeiras e aumento de consumo e comércio. Nós, enquanto indivíduos que compõem uma sociedade conectada inserida no mundo globalizado, consumimos uma multiplicidade de culturas. Esse consumo ocorre, por exemplo, quando: assistimos a filmes de diversos países; efetuamos compras pela internet em lojas originadas em países de outros continentes, como a China e a Europa; compramos roupas de marcas de todos os continentes; apreciamos a culinária brasileira, italiana, francesa, japonesa, entre outras; e temos acesso a serviços on-line nas mais diversas áreas, como a educação, a especialização profissional, idiomas, ou a simples possibilidade de interagir com pessoas de outros países com base em uma pluralidade de objetivos. Nos dias atuais, é possível inclusive visitar um museu famoso da Europa sem sequer sair de casa. Mas, quando olhamos para as desvantagens, estas estão ligadas ao capitalismo, enriquecimento de nações, aumento da desigualdade social e a redução ou precarização de mão de obra – gerando aumento de desemprego – devido à possibilidade de exportação de produtos ou, ainda, a produção em países em que a mão de obra é mais barata. Ao observarmos a redução da mão de obra, Ângela Lima (2004, p. 33), em seu artigo intitulado Os impactos da globalização no mundo do trabalho, diz: “ Com o incremento da exportação, empresários de vários setores vêm investindo em agilidade e aumento do volume de produção para poder atender à demanda externa. Para tanto, priorizam a automação, empregando cada vez menos pessoas, ou seja, investem em atividades de capital intensivo com poucos trabalhadores qualificados. É importante detalhar um pouco mais a relação da mão de obra com a globalização no campo da comunicação. Sabendo que as tecnologias impulsionam uma ressignificação do trabalho humano, aqui nos referimos ao trabalho intelectual, profissionais de comunicação também foram forçados a um processo de adequação tecnológica para aproveitar e ampliar as possibilidades apresentadas pela globalização. Sobre as possibilidades, esses profissionais podem desempenhar suas atividades em diversas ramificações em suas respectivas áreas: o jornalismo, a publicidade e propaganda, as relações públicas, as mídias sociais, audiovisual, entre outras. Como já abordado anteriormente, a comunicação é o fio condutor da globalização. Os aplicativos, as redes sociais, a internet e as redes de comunicação presentes no mundo globalizado estão em constante aprimoramento, tornando-se cada vez mais rápidas e eficientes, permitindo uma comunicação de acesso instantâneo a qualquer parte do mundo. Quando falamos nas desigualdades sociais, estamos em direção ao conceito de “comunicação-mundo” abordado por Mattelart (2000, p. 142), que apresenta o mapa da desigualdade no que se refere: “ A ‘comunicação-mundo’: o tropismo dos fluxos globais. - A integração das economias e dos sistemas de comunicação conduz ao surgimento de novas disparidades entre países ou regiões, e entre os grupos sociais. O conceito de ‘comunicação-mundo’ pretende caracterizar tais lógicas de exclusão. Ao inverso do que faz crer a representação igualitária e globalista do planeta, ele permite analisar o sistema em via de mundialização sem transformá-lo num fetiche, ou seja, restituindo-lhe sua concretude histórica. Ele volta a considerar a história das relações mundiais em suas desigualdades. Tributário da idéia de “economia-mundo” de Fernand Braudel, ele relembra que as redes, inseridas como estão na divisão internacional do trabalho, hierarquizam o espaço e conduzem a uma polarização sempre maior entre o(s) centro(s) e a(s) periferia(s). Para Mattelart, defensores da globalização acreditaram que isso tornaria o planeta mais igualitário, mas o que aconteceu foi exatamente o contrário, ou seja, com a internacionalização, principalmente do trabalho, criou-se mais hierarquização e mais desigualdade. Ainda sobre o pensamento de Mattelart (2000, p. 183), a globalização despertou a ideia (ainda que distante da realidade) que nesse novo mundo sem fronteiras, mas acessível, “nós nunca estaremos mais sozinhos”. Vamos agora falar sobre a globalização e a comunicação. Esta também fomenta a evolução dos sistemas de transmissão, como as redes por satélites, os dispositivos móveis como os celulares, drones conectados, assistentes pessoais como Alexa, e outros produtos domésticos inteligentes. Avançando um pouco mais nesse ponto, a comunicação de dados (transações financeiras) também é beneficiada com a globalização, visto que a rede de computadores aumenta a velocidade das transações e possibilita aos investidores a movimentação instantaneamente de suas aplicações financeiras. Os sistemas de e-mails em que os servidores ficam localizados em outros países ou continentes torna os dados uma informação globalizada. A convergência dos meios de comunicação, discutida pelo autor Henry Jenkins em seu livro A cultura da convergência (2008), consiste no processo que se adapta ao surgimento de novas tecnologias em conjunto com novos comportamentos de consumo e usos dessas tecnologias. Conectamos esse tema à propaganda internacional, que deve receber uma atenção especial no mundo globalizado e com maior acesso às produções publicitárias mundo afora. Na publicidade, as empresas anunciantes estão cada vez mais globalizadas. Isso significa que agências de publicidade e propaganda têm trabalhado com marcas internacionais que desejam introduzir seus produtos no mercado local. Até aqui, tudo bem! Mas é fundamental que se tenha em mente que uma propaganda que tenha obtido sucesso na Alemanha, por exemplo, nem sempre terá a mesma aceitação no Brasil, porque o comportamento dos públicos é distinto. Sobre essa reflexão, pode-se pensar que, com a globalização da comunicação, as produções servem para todos os lugares, e isso não é bem uma verdade. Daniela Khauaja ([s. d.], p. 11), em seu artigo intitulado A Globalização na Propaganda: estudo exploratório sobre as estratégias de propaganda global, entende que: