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O tempo necessário para cruzar o espaço e a forma como costumamos representar esse fato para nós mesmos são indicadores úteis do tipo de fenômeno que tenho em mente. À medida que o espaço parece encolher numa “aldeia global" de telecomunicações e numa "espaçonave terra" de interdependências ecológicas e econômicas - para usar apenas duas imagens conhecidas e corriqueiras -, e que os horizontes temporais se reduzem a um ponto em que só existe o presente (o mundo do esquizofrênico), temos de aprender a lidar com um avassalador sentido de compressão dos nossos mundos espacial e temporal. Veja na figura a seguir o tempo médio dos transportes desde o ano de 1500 até 1960 de David Harvey (1992): Descrição da Imagem: a imagem é apresentada em forma de funil com a parte mais larga no topo e a mais estreita na parte de baixo, mostrando a cronologia do avanço dos transportes. Acima do funil, temos os anos 1500-1840. No início do funil, temos o mapa mundial maior cobrindo a entrada e logo abaixo temos o texto: a melhor média de velocidade das carruagens e dos barcos a vela era de 16 km/h. Em seguida e abaixo, temos os anos 1850-1930 e logo abaixo temos novamente a mesma imagem do mapa do mundo em tamanho melhor (simulando o estreitamento do mundo no decorrer dos anos) e abaixo do mapa há o texto: as locomotivas a vapor alcançavam em média 100 km/h, os barcos a vapor, 57 km/h. Abaixo e em seguida, vem a identificação Anos 1950 e a figura do mesmo mapa mundial bem menor. Abaixo desse mapa temos o texto: aviões a propulsão: 480-640 km/h e, em seguida, há Anos 1960. Dando continuidade, logo abaixo aparece a mesma imagem do mapa mundial bem pequeno e em seguida o texto: Jatos de passageiros: 800-1100 km/h. Na imagem, é possível observar como o espaço (mapa do mundo) é reduzido por conta da capacidade dos transportes (em evolução) em atravessar o mundo no menor tempo possível, dando a sensação de que o mundo diminuiu, foi comprimido, estreitando as fronteiras. Hoje podemos ter informações do que acontece, por exemplo, em Dubai, estando aqui no Brasil. E com uma velocidade enorme que permite inclusive acompanharmos eventos mundiais em tempo real, enquanto estão acontecendo. Mas qual é a relação com o termo Aldeia Global? Vamos pensar nas aldeias indígenas, uma comunidade em que as pessoas se conhecem, estão alinhadas em basicamente um mesmo nível de informação e onde há também a troca de mercadorias. Partindo dessa referência, podemos ver que o mundo globalizado, em que as informações são altamente compartilhadas e as mercadorias circulam com facilidade, apresenta quase que a mesma característica, ou seja, o mundo se transformou em uma grande aldeia, uma aldeia global. Trazendo esse conceito de aldeia global para o campo da comunicação, Octavio Ianni, em seu livro Teorias da Globalização (2001, p. 8), diz: “ ‘Aldeia global’ sugere que, afinal, formou-se a comunidade mundial, concretizada com as realizações e as possibilidades de comunicação, informação e fabulação abertas pela eletrônica. Sugere que estão em curso a harmonização e a homogeneização progressivas. Baseia-se na convicção de que a organização, o funcionamento e a mudança da vida social, em sentido amplo, compreendendo evidentemente a globalização, são ocasionados pela técnica e, neste caso, pela eletrônica. Em pouco tempo, as províncias, nações e regiões, bem como culturas e civilizações, são atravessadas e articuladas pelos sistemas de informação, comunicação e fabulação agilizados pela eletrônica. Na aldeia global, além das mercadorias convencionais, sob formas antigas e atuais, empacotam-se e vendem-se as informações. Estas são fabricadas como mercadorias e comercializadas em escala mundial. As informações, os entretenimentos e as idéias são produzidos, comercializados e consumidos como mercadorias. Ainda sobre o fator histórico da globalização, este teve quatro importantes fases. São elas: