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Falar hoje de índios no Brasil significa Falar de uma diversidade de povos que já habitavam há milhares de anos essas terras. Definição técnica das Nações Unidas (1986): De facto, as Nações Unidas querem uma continuidade histórica das sociedades anteriores à invasão e à colonização. Eles estão decididos a conservar, a desenvolver e a transmitir às gerações futuras seus territóriosancestrais e sua identidade étnica. CRITÉRIOS DE AUTODEFINIÇÃO: Estreita vinculação com o território; • Sistemas sociais, econômicos e políticos bem definidos; • Língua, cultura e crenças definidas; • Identificar-se como diferente da sociedade nacional. ESTIMATIVA DEMOGRÁFICAS: 1500 – pelo menos 5 milhões de índios. Hoje: – entre 300.000 e 700.000. Por que Índios ou Indígenas? Segundo dicionário significa nativo de um lugar: esta denominação é o resultado de um erro náutico de Colombo em 1492, quando ele achou chegar as Índias. Cada “índio” pertence a um povo, a uma etnia, (por exemplo Guarani, Yanomami). A partir de 1970 os índios se tratam como parentes: eles têm alguns interesses comuns, como os direitos coletivos. A denominação “caboclo na Amazônia” è propria daquele que não se identifica como índio, que nega sua origem nativa, mas não se reconhece como branco ou negro. Que pensam os brasileiros sobre os índios: Alguns religiosos europeus duvidavam que os índios tivessem alma. A sociedade brasileira continua com a visão evolucionista da história e das culturas (estágios inferiores). FUNAI - uma vítima que precisa de tutor para protegê-lo e sustentá-lo; • Justificar o massacre – visão do índio cruel, bárbaro, canibal, animal, selvagem, preguiçoso, traiçoeiro e tantos outros adjetivos negativos; • A Constituição de 1988 concebe os índios como sujeitos de direitos e, portanto, de cidadania. O orgulho de ser índio passa pela valorização das culturas indígenas para possibilitar uma nova consciência étnica. As atuais gerações indígenas nascem, crescem e vivem com um novo olhar para o futuro. Que é organização indígena? É a forma pela qual uma comunidade ou povo indígena organiza seu trabalhos, sua luta e sua vida coletiva, segundo a distribuição de tarefas e responsabilidades. Existem a organização tradicional e a organização não-tradicional ou formal: • A organização tradicional é considerada como a original dos índios, sendo que cada comunidade ou povo indígena possui seus modos típicos de organização social, política, econômica e jurídica. • Já a organização não-tradicional ou formal, tem caráter jurídico de modelo não-indígena, mas necessários às comunidades e povos indígenas para responder às demandas e às necessidades pós-contato, como a defesa dos direitos territoriais e outras politicas públicas. Luta do índio pelos seus direitos: Nos últimos vinte anos os povos indígenas vem lutando para conquistar o status políticos de cidadãos brasileiros, tendo acesso à valores e conhecimentos do mundo global, ao mesmo tempo vivendo segundo suas tradições e seus costumes, porque os índios não partilham da mesma cultura, costumes, linguagens, estrutura politica e jurídica da sociedade brasileira: os povos indígenas são um dos pilares da construção da identidade do Brasil, por isso devem usufruir dos direitos de cidadãos brasileiros. Atualmente no Brasil, as terras indígenas representam 12% do território brasileiro. A cidadania é um recurso apropriado pelos povos indígenas para garantir seu sobrevivência em meio à sociedade majoritária. A cidadania diferenciada representa o acesso aos direitos universais do cidadão brasileiro e aos relacionados aos seus costumes e tradições. Adquirir a cidadania brasileira significa ter o direito de acesso a todos os benefícios que esta sociedade pode oferecer, como à tecnologia da informação. Não se pode haver domínio e usufruto social da tecnologia sem educação de qualidade e adequada, sem isso o acesso a tais tornará os indígenas vítimas consumidoras da invasão de novas visões do mundo e do homem. Terra, território e meio-ambiente indígena. Os povos indígenas se formaram por milhares de anos em condições ecológicas excepcionais, sempre desenvolvendo os seus conhecimentos para o uso racional da natureza. Situação política das terras indígenas no Brasil. Atualmente, no Brasil, a maioria das terras indígenas em extensão estão demarcadas, mas ainda faltam muitas terras a serem regularizadas. Várias famílias e povos indígenas estão sem terra, ou estão com terras insuficientes para garantir a sobrevivência do grupo. Antes da constituição de 1988, o direito dos povos indígenas sobre suas terras era pouco claro, o que permitia inúmeras interpretações que nem sempre eram boas para os índios. Eles eram vistos como um povo sem futuro, por isso não valia a pena dar grandes terras à quem logo se extinguiria. A partir de 1970, contrariando a todos, os povos indígenas do Brasil iniciaram um período de recuperação demográfica e de autoestima identitária. As terras se tornaram insuficientes, então começou-se uma luta por revisão e ampliação de terras. Um fator que explica a crescente demanda por terra indígena, e o fenômeno conhecido como “etnogenêse”, que é quando um povo étnico consegue reassumir sua identidade étnica e reafirmá-la, recuperando aspectos relevantes de sua cultura tradicional, mas o governo brasileiro mostra sinais de reação negativa ao processo de etnogênese e tenta desqualifica-lo. A riqueza das línguas indígenas. Segundo pesquisadores, em 1500 existiam entre 1200 à 1500 línguas indígenas. Destas somente 180 ainda são faladas hoje e delas mais de 40 estão ameaçadas de extinção. Os linguistas classificam as atuais línguas indígenas faladas no Brasil por meios de troncos, famílias, línguas e dialetos. A escola devoradora. A escola é a principal acusada de devorar culturas de povos indígenas: ela aplicou o projeto do monolinguísmo, mas esse não conseguiu acabar com todas as línguas graças a resistência de alguns indígenas. Falar em língua indígena nas escolas era repreendido com notas baixas ou castigos com duras e violentas medidas disciplinares. Tupi – Língua Geral. O tupi ou tupi antigo é uma língua tupi extinta que era falada pelas tribos de povos tupis que habitavam a maior parte do litoral do Brasil no século XVI, em particular pelos tupinambás. Ela pertence à família de línguas tupi-guarani, e tem uma história escrita abrangendo os séculos 16, 17 e início do 18. O tupi antigo tornou-se a língua franca do Brasil Colónia quando os portugueses e seus descendentes passaram a aprendê-lo e difundi-lo em todo o território brasileiro, sobretudo por meio das expedições dos bandeirantes. A língua tupi antiga possui vários documentos que descrevem sua estrutura, sendo o padre jesuíta José de Anchieta considerado como seu primeiro gramático. Nos séculos XVI e XVII, era chamado pelos portugueses de "língua brasílica“ por ser o idioma mais usado no Brasil (a expressão "língua tupi" só se generalizou a partir do século XIX). Deixou de ser falada no final do século XVII, quando foi suplantada pela língua geral. Com a proibição da língua pelo Marquês de Pombal em 1758, o tupi deixou de ser a língua mais falada no Brasil, sendo substituída pelo português. A sua descendente paulista, a língua geral paulista, continuou, no entanto, a ser falada no interior do actual estado de São Paulo até o início do século XX e a sua descendente amazónica, o nheengatu, continua a ser falada até hoje no vale do rio Negro, na Amazónia. A língua tupi também continua presente no quotidiano dos brasileiros através de vários nomes tupis que se encontram na denominações brasileiras. Preponderante a uma reconstrução fonológica, já realizada, foi o fato de o nheengatu, língua que descende do tupi, ser falado ainda hoje na Amazónia. Somando-se a este fato, já bastante favorável, não se pode deixar de citar a continuidade do guarani antigo. O tupi tem 31 fonemas, dos quais doze são vogais, três semivogais e dezasseis consoantes. Característica notória de sua fonologia é, sem dúvida, o seu carácter gutural. Influência do Tupi na língua portuguesa. Topónimos: Paranaguá ("enseada do mar"), Iguape ("na enseada do rio"), Sergipe ("no rio dos siris"), Guaratinguetá ("muitas garças"), Tatuí ("rio dos tatus"), Paquetá ("muitas pacas"), Jacareí ("rio dos jacarés"), Araraquara ("toca das araras"). Nomes de plantas e animais nativos: capivara, jacaré, jibóia, maracujá, abacaxi, tatu, piranha, sabiá. Termos quotidianos: arapuca (armadilha), cutucar (tocar), jururu (melancólico), pindaíba (corda feita de coco), toró (sem um dedo), socar (renascer), mutirão (iniciativa colectiva de auxílio), capinar (limpar a terra), pereba (ferida), mirim (pequeno), açu (grande). Língua Geral. A língua geral foi falada no Brasil entre o final do século XVII e o início do século XX. Formou-se a partir da evolução histórica do tupi antigo. Dividia-se em dois ramos: a língua geral setentrional (também chamada língua geral amazónica) e a língua geral meridional (também chamada língua geral paulista). A língua geral setentrional deu origem no século XIX ao nheengatu, que ainda é falado actualmente no alto Rio Negro, na região fronteiriça entre Brasil, Venezuela e Colômbia. A língua geral é considerada extinta actualmente. A Constituição Federal de 1988 reconheceu o direito dos povos indígenas de terem seus próprios processos de educação. Em relação à oportunidades de trabalhos há um prejuízo e discriminação de alguns indígenas que não conseguem dominar bem o português. Mesmos os estudantes bilíngues graduados e pós- graduados enfrentam dificuldades para concorrer em processos de seleção e formação com os que tem o português como língua materna.