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Como você se sente em relação ao seu corpo? Muita gente é extremamente crítica, sente-se constrangida ou tem vergonha do próprio corpo. Uma das razões para isso é que somos bombardeados com incontáveis mensagens, desde a mais tenra infância, de como meninas e meninos, mulheres e homens deveriam ser. Pense no que você viu e ouviu de seus pais, colegas de escola e amigos, dos anúncios publicitários e da mídia ao longo dos anos. Na verdade, poucos conseguem atender aos padrões – mas os internalizamos de qualquer maneira, quando nos olhamos no espelho e nos julgamos, nos sentimos pressionados e envergonhados. Assim, é facílimo ficar obcecado com comida ou exercícios, embarcar no ioiô das dietas e, talvez, até mesmo desenvolver um transtorno alimentar. Para aceitar melhor seu corpo, comece se lembrando de pessoas de quem gosta e que respeita. Até que ponto a aparência delas importa para você? Provavelmente pouquíssimo. Pense também sobre o que acontece ao conhecer pessoas novas. Quanto tempo é necessário para ultrapassar a aparência e chegar a uma impressão mais profunda sobre elas? Provavelmente menos de um minuto. Ficamos preocupados com o que os outros pensam sobre nossa aparência, mas em geral eles dão tão pouca importância a isso quanto nós. Como é saber que sua aparência não é importante para a maioria das pessoas? Como é saber que, na verdade, sua aparência é absolutamente ok para elas? Permaneça algum tempo com isso e ajude esse conhecimento a se estabelecer em você. Se sua atenção for atraída por algum comentário negativo que tenha ouvido a respeito de seu peso, puxe-a de volta ao que já sabe sobre como a maioria o vê. Ajude a convicção a se desenvolver, o sentimento de que você realmente acredita que os outros aceitam sua aparência. Talvez diga a si mesmo: “As pessoas estão ocupadas e têm suas próprias preocupações... Não vão perder tempo criticando minha aparência... mesmo que uma pessoa a critique, os outros a aceitam... eles se sentem bem comigo.” Abra-se aos sentimentos relacionados de alívio e tranquilidade. Relaxe e deixe a boa notícia inundar você. Depois dê o passo seguinte: veja se consegue aceitar seu corpo tanto quanto os outros o aceitam. É bom ter metas realistas de saúde e boa forma, mas, enquanto isso, seu corpo é o que é, e você pode aceitá-lo. Escolha uma parte do seu corpo de que você goste, como os dedos ou os olhos. Aceite-a e assimile a sensação de aceitá-la. Então, começando pelos pés, tente sistematicamente aceitar áreas maiores do seu corpo. Você pode se olhar em um espelho ou trazer as várias partes do corpo à mente. Faça aquilo que o ajude a passar à aceitação. Se não conseguir aceitar uma parte do corpo, pense em outras. Diga a si mesmo: “Pé esquerdo, eu o aceito... pé direito, você é aceitável... canela esquerda, aceito você como é... canela direita, aceito você também.” Deixe a sensação de aceitação crescer e se espalhar em sua mente. Relaxe e deixe os julgamentos saírem. Você pode usar o estabelecimento de ligações e aproveitar essa aceitação para acalmar e aliviar qualquer autocrítica sobre seu corpo. Apreciando seu corpo Além de aceitar seu corpo, você consegue apreciá-lo? Suponha que você tenha um amigo com um corpo como o seu – além dos talentos, das habilidades, do bom coração e das outras virtudes que você tem. Suponha também que esse amigo se preocupe com o corpo, sinta vergonha dele e o critique, do mesmo modo que você faz. Imagine algumas coisas sensatas, compassivas e inspiradoras que você lhe diria. Pode escrevê-las, se quiser. Então, diga-as para si mesmo, seja mentalmente ou em voz alta. Experimente também a prática a seguir. OBRIGADO, CORPO Como toda prática, adapte-a à sua necessidade, eliminando o que for desconfortável. Respire fundo algumas vezes, relaxe e evoque a sensação de estar a seu favor. Traga à lembrança as pessoas que o apreciam, valorizam ou amam. Permita-se sentir que se importam com você. Imagine sua vida como um filme, começando quando era bem pequeno e avançando até o presente. Assista a esse filme e veja de que modo seu corpo o protegeu e serviu. Mesmo que tenha limitações, alguma deficiência ou doença, ele cuidou de você de muitíssimas maneiras. Imagine seu corpo lhe dizendo como o ajudou, por exemplo: “Criei olhos para que você enxergasse... Construí um cérebro maravilhoso para que você pensasse e sonhasse... Meus braços e mãos lhe permitem abraçar quem você ama... Permiti que você andasse, trabalhasse, dançasse, cantasse e tivesse tanto prazer.” Examine as principais partes do seu corpo, dos pés à cabeça. Veja se consegue apreciar cada uma delas, talvez se dizendo coisas como: “Pés, obrigado por me carregar... Coxas, vocês fizeram seu serviço tantas vezes, e sou muito grato... Coração e pulmão, todos esses batimentos e respirações, céus, como os aprecio... Mãos e quadris, aceito-os como são... Peito e braços, pescoço e ombros, cabeça e cabelo, obrigado por tudo o que fizeram por mim.” Imagine seu corpo nos dias que virão. Veja-se em situações diferentes no ano que vem – talvez com amigos, no trabalho, em reuniões de família – e imagine que, em todas essas ocasiões, você o aceita completamente... imagine que nelas você o aprecia realmente... imagine que gosta do seu corpo nessas situações. Tome consciência de como seria bom se relacionar com seu corpo dessa maneira. Deixe esse bom sentimento inundá-lo enquanto você mergulha nele. Cuidando de seu corpo A saúde física é um tremendo auxílio à resiliência, e as ameaças mais importantes à segurança são ameaças ao corpo. Como sou psicólogo, não estou dando orientações médicas, mas o básico do bom senso é óbvio: Tenha uma alimentação nutritiva e equilibrada. Durma bem à noite. Faça exercícios regularmente. Minimize ou elimine o uso de substâncias tóxicas. Avalie e trate possíveis problemas de saúde sem demora. A maioria das pessoas sabe o que deve fazer. O segredo é aproveitar a capacidade de ação e a determinação para colocar em prática esse conhecimento. Considere a lista acima e veja se precisa tomar alguma providência. Se houver algo que você sabe que deveria fazer e não faz, pare e pense nas consequências que isso tem: na maneira como você se sente num dia comum, para as outras pessoas, para você mesmo daqui a um, dez ou vinte anos, em relação a quanto tempo você quer viver e com que qualidade. Geralmente, as pessoas adiam a melhora de suas práticas de saúde pessoal. É muito fácil dizer “começo amanhã”. Mas os amanhãs vão se acumulando, e assim passam-se anos. Então algo acontece – uma lesão, uma doença grave ou um fator estressante – que atinge um corpo já enfraquecido, como o galho de árvore que cai numa casa corroída por cupins. É motivador (e não mórbido) perceber que estamos todos avançando e a pista está acabando, que é hora de mudar algo que possa acrescentar anos de qualidade à nossa vida. Imagine como será bom fazer essa mudança. Reserve algum tempo para imaginar a sensação de saúde e energia no corpo, o sentimento de amor- próprio, a apreciação dos outros, os anos que terá pela frente com amigos e parentes. Se houver dúvidas na hora de manter a mudança, simplesmente volte a atenção para uma experiência rica de recompensas. Use um ou mais dos cinco aspectos do passo Amplificar do SARE para fortalecer a experiência: permaneça com ela, ajude-a a ser mais intensa, abra-se para ela em seu corpo, encontre nela algo novo e reconheça como é valiosa para você. Tudo isso será motivador, inclinando seu cérebro para esse novo comportamento. Então, é claro, mude. Procure maneiras simples e práticas para dar apoio a si mesmo. Por exemplo, se quiser reduzir a quantidade de carboidratos ingeridos, almoce uma salada com alguma fonte de proteína e não leve para casa o pacote de rosquinhas. Se quiser dormir mais, desligue a televisão às dez da noite. Se precisa de mais exercício, marque uma caminhada com um amigo. Se o álcool é tentador, deixe-o fora de casa. E, quando agir, mesmo que de maneira tímida, pare um instante e sinta realmente a recompensa da ação. Não pretendo banalizar a dificuldade de adotar um novo hábito saudável. Já tive minhas lutas, é claro. Mas a probabilidade de sucesso aumenta drasticamente quando você “cuida das dificuldades” de três maneiras: reconhece a necessidade de mudança, toma as providências adequadas e internaliza a experiência das recompensas que vierem. Continue regando a árvore, e é provável que ela lhe traga bons frutos. PONTOS-CHAVE • Algumas experiências de sentir-se preso, impotente e derrotado podem levar ao “desamparo aprendido”, que corrói a ambição e a capacidade de lidar com as situações, além de ser um fator de risco da depressão.Portanto, é importante procurar o que se pode fazer, ainda que só dentro da sua mente, principalmente em situações ou relacionamentos difíceis. • Em muitas coisas da vida, você pode cuidar das causas, mas não dos resultados. Saber disso traz responsabilidade e paz interior. • Use os passos SARE para internalizar experiências de resolução, paciência e persistência. • Às vezes, achamos que a saúde mental suprime nossa natureza animal primitiva. Mas aí partes selvagens e maravilhosas do eu ficam trancadas. Ser capaz de aproveitar sua ferocidade animal o torna mais resiliente. • O modo como você sente seu corpo e trata dele afeta sua saúde e vitalidade, que, por sua vez, afetam seus pensamentos, sentimentos e ações. • Assim como você provavelmente não liga muito para a aparência dos outros, a maioria das pessoas não liga para o seu corpo. Aceite-o como é e se concentre no que aprecia nele. • Não adie ações sensatas a favor da saúde física. Sempre parece mais fácil começar amanhã. Em vez disso, pergunte-se: “O que posso fazer hoje?”